Operação Satiagraha

Daniel Dantas, Celso Pitta e Naji Nahas foram presos pela PF. PF diz que suposta quadrilha desviou verbas públicas e cometeu crimes financeiros.


Após quatro anos de investigação, a Polícia Federal prendeu o banqueiro Daniel Dantas, dono do Opportunity, o ex-prefeito de São Paulo Celso Pitta e o empresário Naji Nahas. Eles são acusados de desvio de verbas públicas e crimes financeiros. 
O suposto esquema estaria ligado às fraudes cometidas no caso mensalão, que investigou pagamento de propinas a parlamentares em troca de apoio ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O STF já abriu processo contra 40 pessoas por conta do mensalão. 

Segundo a PF, haveria dois núcleos principais na suposta quadrilha. Um deles seria comandado por Daniel Dantas e teria se beneficiado do recursos públicos, desviados pelos operadores do mensalão. Empresas de fachada teriam sido montadas para o desvio das verbas. 

Além do grupo de Dantas, a PF teria descoberto um segundo núcleo, ligado ao primeiro, formado por empresários e doleiros que atuavam no mercado financeiro para fazer a lavagem do dinheiro. Esse grupo, segundo a PF, seria comandado pelo empresário Naji Nahas. Era nesse grupo que estaria o ex-prefeito de São Paulo Celso Pitta. 
O nome da operação, Satiagraha, significa resistência pacífica e silenciosa, conforme nota divulgada pela PF. 

De acordo com o Ministério Público Federal, a nova operação não tem relação com a operação Chacal, na qual Dantas foi investigado e atualmente é processado por espionagem. Segundo a acusação, Dantas se associou a integrantes da multinacional de investigação Kroll para espionar políticos e outras pessoas com o intuito da chantagem.



 CPI dos Correios
A descoberta da associação do Opportunity com o caso mensalão teria ocorrido durante a CPI dos Correios. Empresas do grupo de Dantas, a Telemig e a Amazônia Celular, teriam sido as principais depositantes nas contas de Marcos Valérios, considerado o operador do mensalão. 

A partir disso, a PF realizou diligências e escutas telefônicas para chegar ao suposto esquema descoberto na Operação Satiagraha. 

 Núcleo de Dantas
O grupo supostamente liderado por Dantas no esquema cometeu o crime de evasão de divisas, gestão fraudulenta, concessão de empréstimos vedados (para empresas do mesmo grupo) e corrupção ativa. 

Segundo o Ministério Público, há suspeitas de que o Opportunity Fund, uma offshore (empresa criada num paraíso fiscal) nas Ilhas Cayman, teria sido utilizada no esquema. 

 Núcleo de Nahas
O grupo de Nahas, que supostamente praticava lavagem de dinheiro, teria cometido os crimes de quadrilha, operar instituição financeira sem autorização, uso indevido de informação privilegiada e lavagem de dinheiro. 

 Suposto suborno
De acordo com o Ministério Público, duas pessoas que também tiveram prisão decretada, ofereceram US$ 1 milhão para um delegado federal, supostamente a mando de Daniel Dantas, que participava das investigações da Operação Satiagraha para que nomes fossem retirados do inquérito. 

Segundo o MPF, o delegado revelou o fato à Justiça, que autorizou que continuassem os contatos para que fosse realizado o flagrante. O grupo chegou a dar R$ 129 mil ao policial. 

A PF e o MPF investigam ainda o vazamento de informações sigilosas do inquérito que teriam sido usadas pelo grupo de Daniel Dantas.




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